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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

#1 O Chamado do Cuco



O primeiro livro do ano foi O Chamado do Cuco (Roberth Galbraith, Rocco, 447 págnas, tradução de Ryta Vinagre). Aqueles que acompanham as notícias sobre o mundo literário já devem saber que Robert Galbraith é apenas o pseudônimo da escritora mais rica da Inglaterra (e provavelmente do mundo) Joanne Kathleen Rowling, a famosa criadora da série Harry Potter. E justamente por ser a escritora mais rica da Inglaterra - e por ter uma obra que possivelmente ofuscaria qualquer trabalho posterior - seu estilo poderia continuar a ser negligenciado pela crítica por conta das comparações descabidas entre seus novos trabalhos e os livros da saga do bruxo mirim, como se percebe pela recepção morna de Morte Súbita. Daí nasceu Galbraith.

Talvez não tenha sido ele, ou talvez tenha. Mas tudo pareceu ter mudado. Apesar de o "novo" autor não ter recebido muitos holofotes da crítica, todas que apareceram foram bastante positivas. E eu soube que a Rocco comprou os direitos de editar a obra no Brasil antes de saber quem era a verdadeira autora, que confirmou a revelação a contragosto, pressionada por um jornalista. Uma coincidência, já que a Rocco também é a editora de Harry Potter, e uma sorte grande, pois depois da revelação, as vendas explodiram.

Eu mesmo só li O Chamado do Cuco por causa de J. K. Como eu não me empolguei com as resenhas que havia lido sobre Morte Súbita, não me arrisquei a ler a obra, mas o "efeito Galbraith" parece ter dado certo. Depois de tantas resenhas positivas, resolvi arriscar. E valeu a pena: leitura tranquila e fluida, uma trama policial contemporânea e que tem algo de relevante a dizer. Focada no detetive Cormoran Strike e em sua secretária Robin Ellacott, é uma história clássica de mistério, que tem como pano de fundo o mundo das celebridades dos dias atuais. J. K. Rowling, ao ser descoberta, revelou também que certamente Robert Galbraith preparava uma sequência para a série, "apesar de certamente continuar recusando aparições públicas". Tomara que seja verdade: os personagens principais são sólidos e promissores, mas não completamente desenvolvidos. Seria ótimo ver esse desenvolvimento nos próximos livros.

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